Na rota do maracatu

“Encontros 2014 – Na rota do Maracatu”

Para descrever sobre o que é Encontros, se faz primordialmente necessário, expor a definição de Maracatu Nação, que não é tarefa muito fácil, pois existem diferentes compreensões e atributos para cultura popular. A compreensão sintetizada que temos sobre o Maracatu Nação ou Maracatu de Baque Virado, é enquanto manifestação cultural artística, de cunho religioso de origem afro-brasileira, genuína de Pernambuco. No entanto, a sua atual prática integra pessoas pelo mundo inteiro, sem distinção de etnia e classe social.

Encontros tem o intuito de possibilitar a integrantes de grupos e Nações do Maracatu, a vivência, debates, divulgação e trocas de modo que possibilite não ser Encontro no singular e sim Encontros no plural, fazendo com que seja contínuo, realizado todos os anos e envolvendo a cada edição, mais grupos, pessoas e Nações.

“Na rota dos baobás” é um dos projetos da Casa de Cultura Tainã em Campinas que, através dessa árvore, trabalha a difusão e a valorização de  princípios da cultura africana em comunidades de diversas localidades.

Baobá é uma espécie de árvore africana, que pode viver mais de 3 mil anos, por isso também é conhecida como a “árvore da memória”, guardiã das histórias da humanidade. Ela pode alcançar alturas e diâmetros colossais. É um elemento simbólico da tradição e ancestralidade africana no Brasil e no mundo.

O projeto “Encontros 2014 – Na rota do Maracatu”  faz analogia a essa proposta e tem o prazer de identificar e somar-se a história da Casa de Cultura Tainã neste ano.

Por conta da ausência de feriado no mês de novembro,  tivemos que pensar no Encontros num formato mais reduzido do que o de costume, mas não menos rico na proposta de estudo e vivência do maracatu de baque virado.

Com data marcada para os dias 30 de outubro, 01 e 02 de novembro, o projeto segue com o sincretismo do dia dos finados, consagrando o ritual dos maracatuzeiros nessa data que reverencia a ancestralidade do povo brasileiro junto à identidade de suas manifestações culturais populares.

Devido ao tempo mais curto de deslocamento das pessoas de suas diversas localidades do território brasileiro, estabelecemos a prioridade em manter-se no estado de São Paulo, uma vez que ele abriga, depois de Recife, a maior quantidade de grupos que trabalham a linguagem do maracatu de baque virado do país.

Foi em Campinas que encontramos o campo mais rico e acolhedor para essa realização, o que ficou claro pra nós a importância do resgate histórico em que a localidade pode agregar ao projeto. Tivemos na cidade o devido acolhimento e riqueza histórica para somar-se ao projeto. Recebidos pelo militante cultural TC Silva, foi na Casa de Cultura Tainã que nos deparamos com terra fértil para mais esse plantio.

Que as baobás espalhem-se pelo mundo e sejam espectadoras de mais e mais histórias de luta e resistência de povos devotos de suas raízes.

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